Dou aula na ETEC porque amo dar aulas, porque os alunos são excelentes. Entretanto temos uma média 100% acima da rede estadual em provas de avaliação externa e recebemos 11% de aumento?!?!?!
Algo está errado. Algo está errado quando o governo distribui elogios para as ETECs colocando-as como a educação que dá RESULTADOS e se glorificando por isso, mas oferece 11% de aumento sendo que a proposta inicial era de um reajuste de 20% a cada 2 anos, temos professores que trabalham a 5 anos e o primeiro reajuste que tem é de 11%.
Temos professores muito qualificados e alunos sedentos por aprender, mas por outro lado temos um Ceeteps que cobra e aproveita os resultados mas não colabora com o processo, já que não temos uma estrutura nem física, nem financeira que nos dê suporte, não temos laboratórios, não temos bibliotecas, não temos equipamentos de suporte pedagógico como mapas e outros materiais específicos de disciplinas como matemática, geografia, biologia e outras, e, não temos um salário que seja capaz nem de cativar os profissionais mais qualificados a permanecerem lecionando na instituição, apesar de analfabetos educacionais como o Sr. Gustavo Ioschpe pregarem a ideia de que maiores salários não influenciam a qualidade da educação, eu gostaria de ver o Sr. Ioschpe convencer um professor com reconhecida competência e alto grau de formação a ministrar aulas em uma instituição governamental apenas pela magia de educar...
Abaixo existe uma nota publicada pelo governo em relação ao movimento grevista (Que se fosse de 12% não teria incitado o governo a publicar esta nota)
E na sequência a nota de REPÚDIO publicada pelo sindicato...
Para quem não viu, abaixo a nota do governo:
"O Governo do Estado de São Paulo repudia o movimento grevista, uma iniciativa claramente política, patrocinada pelo sindicato no momento em que o Governo demonstra seu compromisso com a valorização do ensino técnico e tecnológico:
a) anunciou um reajuste de 11%, feito já nos primeiros meses do primeiro ano de governo;
b) definiu os critérios para a avaliação de desempenho, que será realizada em junho, e possibilitará aos que obtiverem o mérito um ganho que, somado ao reajuste, pode chegar a até 24%, ainda este ano;
c) também propôs um novo plano de carreira, que está sendo construído pelo Centro Paula Souza, com apoio de especialistas de ensino, que deverá ser apresentado num período de até 60 dias.
É importante ressaltar que benefícios como a progressão por mérito e a adoção de um novo plano de carreira dependem diretamente da participação e envolvimento efetivos dos profissionais da rede, que serão prejudicados com a radicalização do sindicato.
Hoje, dia 20 de maio, em mais um esforço de negociações, foi realizada reunião entre representantes do sindicato e das Secretarias de Gestão Pública e do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e do Centro Paula Souza, na qual foram apresentadas e debatidas as questões acima relacionadas.
Esperamos o bom-senso do sindicato, reconhecendo o esforço e as ações que o
governo efetivamente está fazendo e não prejudicando o período letivo de
milhares de alunos do Centro Paula Souza."
“O Sinteps (Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza/Ceeteps), que representa os professores e funcionários das ETECs e FATECs, vem a público repudiar as falsas informações divulgadas pelo governo do estado de São Paulo na última sexta-feira, 20/5/2011, em nota enviada à imprensa. Vamos aos fatos:
A razão política que move a direção do Sindicato e a categoria a deflagrar a greve por tempo indeterminado é o DESCUMPRIMENTO DA POLÍTICA SALARIAL DOS TRABALHADORES DO CEETEPS.
O governo demonstra a “valorização” do ensino técnico e tecnológico com o pagamento de R$ 4,00 de vale alimentação aos seus trabalhadores, piso salarial de R$ 510,00 aos funcionários, hora aula de R$ 10,00 na ETEC e de R$ 18,00 na FATEC, escolas de informática sem acesso à Internet, entre outras mazelas estruturais.
A situação da categoria é dramática e humilhante, como ficou estampado nas dezenas de depoimentos prestados durante o ato realizado na sexta-feira, 20 de maio, na Avenida Paulista: “Amo minha profissão, amo dar aulas, mas não é possível continuar com R$ 10,00 a hora aula.”
O reajuste de 11% anunciado em maio, após a deflagração da greve, está anos luz defasado em relação às perdas salariais da categoria. Foi anunciado pelo governo e jamais negociado. E, como ainda não foi enviado à Assembléia Legislativa de São Paulo, para ser concretizado em lei, não será pago antes de agosto.
Após três anos e 10 dias da aprovação da Lei 1.044/2008, que institui o plano de carreira atual dos professores e técnico-administrativos do Ceeteps, somente agora o governo começa a falar sobre os critérios para progressão, o que deveria ter sido feito há muito tempo. Na reunião de sexta-feira, 20/5, o governo mostrou numa apresentação em Power Point os possíveis critérios pelos quais fomos avaliados nestes últimos três anos e sequer forneceu cópia do material ao Sindicato.
Apenas metade da categoria estará apta a progredir na carreira, mas não significa que todos chegarão lá. O Sindicato avalia que não mais que 10% da categoria progredirão.
O governo também prometeu apresentar, daqui a 60 dias, o modelo da estrutura do novo plano de carreira. Se levarmos em conta que o último plano de carreira foi apresentado em 1998 e implantado em 2008, talvez em 2021 a valorização profissional seja realidade no Ceeteps.
O Sindicato e a categoria não são radicais. Apenas cansamos da cantilena do governo de que, um dia, reconhecerá nosso trabalho e valor. Somos profissionais e exigimos respeito. O mesmo respeito que dedicamos aos nossos alunos, pois, mesmo aviltados há anos pelo governo do estado de São Paulo, cumprimos o nosso papel. Prova inconteste são os resultados do ENEM, ENADE e empregabilidade de nossos alunos.
Por vivenciar conosco a falta de condições concretas para a realização de uma educação profissional e tecnológica de qualidade é que boa parte dos nossos alunos está apoiando o movimento. Eles preferem ficar um período sem aulas do que permanecer o ano todo sem professores. A evasão de docentes e funcionários nas ETECs e FATECs é alta. Quem está prejudicando os alunos é o governo, que não negocia e que não conhece a realidade das escolas.
Dia 20/5 não houve negociação de fato. O Sindicato apresentou várias maneiras de o governo sinalizar concretamente aostrabalhadores que realmente está preocupado em valorizar os dedicados profissionais do Ceeteps. A todas, o governo disse não.
Radical é o governo. A categoria está em luta porque o arrocho salarial é insuportável e porque sabe que merece mais.
No momento em que a sociedade clama por profissionais capacitados para dar conta do desenvolvimento econômico que se apresenta, é desastroso que o estado mais rico da federação demonstre tamanho descaso com a educação técnica e tecnológica.
São Paulo, 23 de maio de 2011.
Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza
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